Destruir-se. Sopro de aniquilamento que afecta o sujeiro apaixonado, por desespero ou saturação.
1- Dor ou felicidade, atrai-me por vezes o desejo de me destruir.
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2- O sopro da destruição pode resultar de uma dor, mas também de uma fusão: morremos juntos de tanto nos amarmos: morte aberta, por diluição no éter, morte encerrada no túmulo comum.
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3. Se me destruo é porque não há nenhum outro lugar para mim nem mesmo na morte.
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5. O que é a destruição senão um aniquilamento oportuno? Não me seria difícil ver nele, não um repouso mas uma emoção. Disfarço o meu luto numa fuga; diluo-me, desmaio para escapar a esta dureza, a este estrangulamento, que faz de mim um sujeito responsável: saio, é o êxtase.
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Roland Barthes in Fragmentos de um discurso amoroso
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