A procura deve ser prática e só depois devem surgir as questões decorrentes do processo. É esta a forma como entendo e abordo o processo criativo. No meu entender o performer é aquele que executa, consciencializa aquilo que executa e depois racionaliza aquilo que executa. Isto não quer dizer que não tenha uma concepção prévia do trabalho que pretende executar, quer tão somente dizer que no momento exacto da criação, a cabeça, o coração e o corpo devem ser unos e não estar separados, quando estes três elementos se dirigem em rumos opostos será difícil encontrar um momento total de organicidade criativa, de despojamento. Está aqui subjacente o princípio: primeiro faço e depois interrogo-me sobre aquilo que fiz. Se me interrogo antes sobre aquilo que vou fazer, se racionalizo antes aquilo que vou fazer, já estou a limitar racionalmente o meu próprio corpo, e consequentemente ele responder-me-á de acordo com aquilo que eu julgo poder ser a sua resposta e não necessariamente com a sua resposta mais autentica, aquela que desconheço, muitas vezes. Essa resposta do corpo que me é imposta de forma racional, estará carregada das minhas concepções intelectuais sobre o mundo, os meus pré-conceitos, a minha formatação cultural. Uma coisa é a conce
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